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Isaac With a Book

Isaac With a Book

O Arquivo das Tempestades - Livro 2

A Kathartika tem novidades

05.10.24 | Isaac Barradas

(imagem original - Instagram Kathatika.pt)

Existem sagas de fantasia compostas por volumes enormes e outras por uma grande quantidade de livros. Na minha opinião é isso que as torna interessantes e acho que são melhores ainda quando, nalguns casos, se combinam os dois fatores. Contudo, isto trás ao de cimo um dos receios mais recorrentes que tenho: o de investir o meu foco numa saga que ainda não foi concluída ou que já foi concluída mas não foi traduzida nem publicada em Portugal.

Felizmente domino muito bem o inglês sei que poderia encomendar os livros da Amazon ou dos sites das editoras originais. Compreendo também que isso me traria a vantagem de ler o que realmente foi escrito pelo autor e não uma tradução em que as palavras podem não ter a mesma conotação e perder o impacto. aparentemente são só vantagens, certo? Talvez sim. Mas existem dois entraves: o primeiro é o facto de eu gostar de ler na minha lingua mãe. acilita-me a leitura, dado o meu défice de atenção. O segundo é o meu orgulho em ser português. Admiro a nossa lingua e acredito que temos ótimos tradutores; conhecedores do género, com uma vasta experiência e que fazem das suas traduções verdadeiros exemplos de dedicação. É por isto que peso sempre a minha decisão de comprar um livro de uma saga que está a chegar a portugal.

A última vez que decidi mergulhar numa saga assim foi quando "A Roda do Tempo" foi novamente publicada pela Bertrand, a propósito da estreia da série, na Amazon Prime Video. Comprei os dois primeiros à medida que foram sendo relançados e azucrinei a cabeça à família e amigos, nos natais e aniversários, para me oferecerem os seguintes. Cheguei ao livro 6, que foi tão longe como a Bertrand chegou desta vez. Quando a resposta dos livreiros, sobre o sétimo livro, começou a ser um encolher de ombros que dizia "Lamento, mas não temos informação sobre quando sairá o próximo" comecei a questionar-me sobre se teria sido uma boa escolha dedicar-me assim a esta saga. Claro que foi. É uma pergunta estúpida, eu sei. Nunca é mau dedicar-me à leitura de uma série que me dá tanto gozo. Ainda assim, não deixa de ficar uma pequena tristeza por ter uma saga incompleta e ter de ir em busca das tais soluções alternativas para concluir a leitura.

Naturalmente, quando me deparei com "O Caminho dos Reis" de Brandon Sanderson, soube que tinha de o comprar. Nunca tinha lido nada dele mas conhecia o nome por ter terminado "A Roda do Tempo" após o falecimento de Robert Jordan . Quando peguei no livro a incerteza assombrou-me novamente. "Será que vão publicar todos?" "Será que vale mesmo a pena?". Comprei-o a medo e, recentemente, interrompi a releitura de "As Crónicas de Gelo e Fogo" para me dedicar a este pequeno gigante de mil e tal páginas.
Estou a adorar cada capítulo mas o receio continuava presente, como que uma voz baixinha que semeia discordia e desconfiança.

Mas (e este é um bom "mas"), o instagram da Kathartika trouxe novidades para acalmar a minha incerteza e de toda uma base de fãs, que ficou em êxtase com as notícias. A editora confirmou que pretende traduzir e publicar toda a saga e que o livro 2 será publicado no primeiro trimestre de 2025.

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Esta decisão e o seu comunicado não só representam um ótima notícia para os fãs da saga como também espelha a dedicação da editora a esta saga e autor. Penso que reflete um compromisso firme de trazer o que os leitores procuram. Poderiam ter-se escondido por detrás dos números de vendas e justificar futuras decisões com eles mas não o fizeram. No fundo, todo este post é a minha forma de agradecer e parabenizar a Kathartika pelo seu trabalho e dedicação.

Até já e boas leituras.

Isaac Barradas

Pequenos prazeres da leitura - Parte 2

A história exclusiva de um livro sem adaptação

03.10.24 | Isaac Barradas

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Devido à imensa curiosidade e ao facto de ter um "calhamaço" a olhar para mim, na estante do escritório, com um olhar que acusadoramente questiona "Não me vais ler?!" cedi à tentação e fiz uma pausa na releitura de "As Crónicas de Gelo e Fogo" para mergulhar em "O Caminho dos Reis", de Brandon Sanderson. Foi durante os primeiros capítulos, e algo influenciado pelas últimas quatro leituras se terem passado num mundo com duas adaptações da HBO e uma terceira a caminho, que me relembrei da diferença que existe entre um livro que foi adaptado ao ao cinema, televisão ou jogos e um que nunca o foi.

Claro que as adaptações têm sempre os seus desafios particulares. De um lado está quem nunca leu o livro nem conhece o enredo e tem o prazer de descobrir, pela primeira vez, aquele mundo e as suas personagens e regras mas estando limitado àquilo que os responsáveis pelas adaptação julgam ser interesante e necessário incluir. No outro lado estão os os leitores, para quem uma adaptação não é mais do que trazer a vida o mundo e as personagens que já conhecem. É a criação de um suporte visual que pode, ou não, corresponder à imagem mental de cada um. Talvez corresponda à ideia específica de um lugar, de um objeto ou de uma pessoa. Talvez seja uma representação fiel do que o autor pretendia quando colocou as palavras no papel. Por outro lado, talvez seja exatamente o oposto daquilo que temos em mente ou até daquilo que está descrito no livro. Seja intencional ou por falta de orçamento, quer parecer-me que esta última opção é a mais comum.

Mas... E quando o livro(s) não foi adaptado?

A verdade é que nos últimos anos não faltam exemplos de adaptações de fantasia. Desde "Senhor dos Aneis - Os Aneis do Poder", "A Guerra dos Tronos", "The Witcher", passando pelas duas temporadas de "A Roda do Tempo" e " A Casa do Dragão", os catálogos de streaming estão repletos de opções. (Calma, eu sei que isto não é um tema atual.) Já em pequeno lia "Uma Aventura" e via a série aos sábados de manhã. Na adolescência passei pelos "Diários de um Vampiro" que ainda hoje passam num qualquer canal juvenil e pelas sagas do "Harry Potter" e de "As Crónicas de Nárnia". Também nessa altura (da minha vida) surgiu a trilogia "O Senhor dos Aneis", que me parece ser das mais fieis ao original. 

Num outro post falarei sobre a minha opinião relativamente às liberdades tomadas nas adaptações. Por agora, voltemos ao tema inicial deste post.

 "O Caminho dos Reis" não tem filmes, séries ou videojogos. É apenas um livro com um tamanho capaz de assustar alguns leitores e que abre as portas para um mundo fascinante em toda a sua complexidade, regras e lugares.

Foi durante os seus primeiros capítulos que me relembrei deste prazer da leitura: Mergulhar numa história sem qualquer referência visual. Sem a cara de um ator associada a determinada personagem, sem banda sonora, figurinos nem lugares criados a computador. Só nós, a nossa imaginação e o livro.

Por um lado é uma tarefa que alguns chamariam de exigente ou até cansativa. Obriga-nos a pensar e nalguns casos até, a parar e reler. É preciso que realmente se entendam as palavras que estão á nossa frente. Não temos um apoio visual a permitir que imaginação se torne perguiçosa. Por outro lado, é uma sensação única que faz com que queiramos ler sem parar. Os lugares vão ganhando forma, lentamente, e vão sendo povoados pelas personagens que imaginamos. As suas vozes e maneirismos vão ganhando expressão e os objetos começam a ter dimensão. Criamos a nossa própria versão do que lemos e esse é sem dúvida um dos maiores prazeres da leitura, o de criar a nossa versão exclusiva da história.

É essa versão que levamos na nossa mente e faz com que uma personagem ou lugar despertem diferentes emoções e sensações.

Pessoalmente estou um pouco dividido entre as duas opções. Claro que, se tiver de escolher, prefiro o livro à adaptação. Já o preferia quando lia Nicholas Sparks, em que não havia construção de mundos nem sistemas de magia complexos, e continuo a preferir, agora que me dedico à fantasia. Contudo, quando o meu défice de atenção está apurado, confesso que me sabe bem ter um suporte visual para me ajudar a focar.

Até já e boas leituras.

Isaac Barradas